I
Perfeito é não quebrar
A imaginária linha
Exacta é a recusa
E puro é o nojo.
II
Este é o tempo
Da selva mais obscura
Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura
Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura
Este é o tempo em que os homens renunciam.
III
Poema
Cantaremos o desencontro:
O limiar e o limar perdidos
Cantaremos o desencontro:
A vida errada num país errado
Novos ratos mostram a avidez antiga.
Sophia de Mello Breyner Andresen (Portugal)
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